A gente nunca mais se viu. Não tenho notícias suas
desde aquele dia. Nem você de mim. Sei que você me culpa pela sua infelicidade.
Diz que eu poderia ter feito diferente, e que as minhas escolhas te afetaram
demais. Sei que se pergunta todos os dias como teria sido. Sei que passa na
minha rua quando pode pra ver se estou na janela. E que as lembranças de nós
dois te perturbam como fantasmas insistentes. Eu sei. E não fiz. E não faria. É
assim que deveria ser, como é. Ficou muita coisa não dita, não vivida. Mas tudo
foi sentido até a última gota, até o último sopro de querer. E se você quer
saber, não foi nada fácil pra mim também. Evitei (e acho que ainda evito)
qualquer coisa que lembre você. Nada de botões de rosa, nada de Guns, nada de
mensagens em inglês. Sendo assim, sobrou quase nada. Só uma saudadezinha que
vez ou outra perturba o sono, arranca um sorriso, provoca um brilhinho nos
olhos. Uma lembrança fora de foco de um beijo sofrido, cheio de culpa. Um
cheiro marcado que a lembrança faz sentir de longe. Ás vezes lembro os planos
que fiz sozinha pra nós dois. E que no minuto seguinte deixava ir porque sabia
que eram bobagens. Supero a sua ausência todos os dias. E quando consigo, finjo
que você nunca existiu. Porque a gente nunca mais vai se ver.
Esse espaço foi criado para dividir com as pessoas alguns dos meus ensaios artísticos, sempre na tentativa de decifrar sentimentos, momentos, visões, percepções, sentidos... Daí o nome, "cheiro de flor...", um perfume suave, que só é sentido com extrema sensibilidade e coração...
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Romance
Eles
se gostavam
Eles
se entendiam
Estar
junto era acalmar o espírito
E
se aconchegar
Mas
aí... descompassou
As
notas já não formavam melodias
As
palavras não se transformavam em poesia
Desandou
O
mais difícil era admitir
Olhar
nos olhos e dizer que o voz e violão já não combinavam
Aceitar
que os passos eram descompassados
Não
dava pra caminhar
E
foi triste
Feito
criança que cai do balanço
Ela
chorou
Ele
se arrependeu
O
fim desse romance
Que
não deveria ter tido fim
Deixou
marcas na história
E
saudade no coração...
sábado, 25 de agosto de 2012
Esperando...
A
vida nem sempre espera de nós ações. Às vezes ela pede apenas que a gente
espere. Seu tempo é diferente do nosso tempo. Seus planos são diferentes dos
nossos planos. Esperar ensina. Ensina a ter paciência. Ensina a rever planos. Ensina
onde cada coisa deve de fato ficar. Ensina que nossos olhos enxergam raso. Ensina
que felicidade e sucesso requerem tempo. Um tempo que por vezes nos parece
longo, mas não é. Nada é muito quando se pode ter o melhor. Tudo vale a pena quando
o objetivo é o melhor. E aí a gente pacientemente espera. Agora mais consciente
do quanto é bom. Agora mais confiantes da vitória. E da próxima vez, esperar
será menos angustiante. Esperar será uma preparação para a felicidade!
quinta-feira, 22 de março de 2012
Mais espaço... menos pressa!
O que é crescer? O que é amadurecer? Em que
momento isso acontece?... O tempo. Esse danado que passa e leva tanto da gente.
Leva nossa inocência, crença, pureza. Para preencher o lugar, traz realidade. Só
ela, porque é tanto... tanto que transborda. Transborda em choro, em cansaço,
em desgaste e essas coisas todas que a gente sente quando tem realidade nos
nossos dias. E tem tanta coisa pra encarar, tanta realidade pra absorver que
quando a noite chega e a cabeça encosta no travesseiro, parece que se passaram
anos. E talvez tenha de fato se passado anos no calendário, e a gente nem viu. É
que tinha tanto fora da gente que o que estava dentro se refez, tomou nova
forma. E sabe pra quê? Pra caber mais. Caber mais realidade, e ainda ter um
espacinho pros sonhos... Ah sim! Eles voltam quando a gente amadurece! Eles voltam
porque estamos prontos para realiza-los. Sem a ilusão da juventude, sem sua pressa
e ansiedade. Com tempo. Porque descobrimos que o que ele traz é muito mais do
que ele levou. E que ele só levou porque precisávamos de espaço. Maturidade é
transbordar cada dia um pouquinho menos, é ver doçura na tal realidade que
parecia tão amarga. Amadurecer é entender que há tempo pra tudo, não é preciso
ter pressa. Aumentar o fogo faz o fundo do bolo queimar. Então deixa em fogo
baixo. Menos pressa, mais delicadeza, mais jeito, mais habilidade. Tato com a
temperatura, com o tempo, com a força. Pra que tanta?
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