segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O que restou de nós


A gente nunca mais se viu. Não tenho notícias suas desde aquele dia. Nem você de mim. Sei que você me culpa pela sua infelicidade. Diz que eu poderia ter feito diferente, e que as minhas escolhas te afetaram demais. Sei que se pergunta todos os dias como teria sido. Sei que passa na minha rua quando pode pra ver se estou na janela. E que as lembranças de nós dois te perturbam como fantasmas insistentes. Eu sei. E não fiz. E não faria. É assim que deveria ser, como é. Ficou muita coisa não dita, não vivida. Mas tudo foi sentido até a última gota, até o último sopro de querer. E se você quer saber, não foi nada fácil pra mim também. Evitei (e acho que ainda evito) qualquer coisa que lembre você. Nada de botões de rosa, nada de Guns, nada de mensagens em inglês. Sendo assim, sobrou quase nada. Só uma saudadezinha que vez ou outra perturba o sono, arranca um sorriso, provoca um brilhinho nos olhos. Uma lembrança fora de foco de um beijo sofrido, cheio de culpa. Um cheiro marcado que a lembrança faz sentir de longe. Ás vezes lembro os planos que fiz sozinha pra nós dois. E que no minuto seguinte deixava ir porque sabia que eram bobagens. Supero a sua ausência todos os dias. E quando consigo, finjo que você nunca existiu. Porque a gente nunca mais vai se ver. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Romance


Eles se gostavam
Eles se entendiam
Estar junto era acalmar o espírito
E se aconchegar

Mas aí... descompassou
As notas já não formavam melodias
As palavras não se transformavam em poesia
Desandou

O mais difícil era admitir
Olhar nos olhos e dizer que o voz e violão já não combinavam
Aceitar que os passos eram descompassados
Não dava pra caminhar

E foi triste
Feito criança que cai do balanço
Ela chorou
Ele se arrependeu

O fim desse romance
Que não deveria ter tido fim
Deixou marcas na história
E saudade no coração...

sábado, 25 de agosto de 2012

Esperando...


A vida nem sempre espera de nós ações. Às vezes ela pede apenas que a gente espere. Seu tempo é diferente do nosso tempo. Seus planos são diferentes dos nossos planos. Esperar ensina. Ensina a ter paciência. Ensina a rever planos. Ensina onde cada coisa deve de fato ficar. Ensina que nossos olhos enxergam raso. Ensina que felicidade e sucesso requerem tempo. Um tempo que por vezes nos parece longo, mas não é. Nada é muito quando se pode ter o melhor. Tudo vale a pena quando o objetivo é o melhor. E aí a gente pacientemente espera. Agora mais consciente do quanto é bom. Agora mais confiantes da vitória. E da próxima vez, esperar será menos angustiante. Esperar será uma preparação para a felicidade!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Mais espaço... menos pressa!


O que é crescer? O que é amadurecer? Em que momento isso acontece?... O tempo. Esse danado que passa e leva tanto da gente. Leva nossa inocência, crença, pureza. Para preencher o lugar, traz realidade. Só ela, porque é tanto... tanto que transborda. Transborda em choro, em cansaço, em desgaste e essas coisas todas que a gente sente quando tem realidade nos nossos dias. E tem tanta coisa pra encarar, tanta realidade pra absorver que quando a noite chega e a cabeça encosta no travesseiro, parece que se passaram anos. E talvez tenha de fato se passado anos no calendário, e a gente nem viu. É que tinha tanto fora da gente que o que estava dentro se refez, tomou nova forma. E sabe pra quê? Pra caber mais. Caber mais realidade, e ainda ter um espacinho pros sonhos... Ah sim! Eles voltam quando a gente amadurece! Eles voltam porque estamos prontos para realiza-los. Sem a ilusão da juventude, sem sua pressa e ansiedade. Com tempo. Porque descobrimos que o que ele traz é muito mais do que ele levou. E que ele só levou porque precisávamos de espaço. Maturidade é transbordar cada dia um pouquinho menos, é ver doçura na tal realidade que parecia tão amarga. Amadurecer é entender que há tempo pra tudo, não é preciso ter pressa. Aumentar o fogo faz o fundo do bolo queimar. Então deixa em fogo baixo. Menos pressa, mais delicadeza, mais jeito, mais habilidade. Tato com a temperatura, com o tempo, com a força. Pra que tanta?