De repente acorda e se dá conta de que está vivo. É capaz
de sentir o sangue percorrendo suas veias em alta velocidade, quase queima. O cérebro
processa informações nunca antes percebidas, e os pulsos pulsam como nunca. Sentimentos
se organizam de forma lógica e clara. É tempo de liberdade, de libertação. O corpo
entra em uma sintonia palpável com o todo, e entende finalmente onde pertence,
qual é o seu lugar. Seu lugar é o mundo. Não há mais amarras frouxas. O elefante
se dá conta que é mais forte que a corda, e ele a arrebenta como um nó frouxo. As
cores vibram, brilham, realçam. Formam mosaicos coloridos e intensos, como o
coração. Este se dá conta de quanto tempo perdeu. Perdeu tempo, perdeu vida,
perdeu a chance de bater descompassadamente por tantas vezes. Um descompasso
que equilibra, liberta, emana humanidade. Humanidade esta que estava esquecida
em meio ao caos da realidade que aprisiona. Necessidades práticas empurram a
vida para o canto. Aperta até explodir. E nessa explosão as energias se espalham
em ondas intensas de calor e força. Coragem. Coragem para o não. Coragem para o
sim. Coragem para o “vem”. Coragem. Reencontro. Reencontra quem é, o que quer. Reencontra
a si mesmo. E comemora. Comemora naquele bar que sempre foi, com a cerveja que
sempre bebeu. Comemora com o de sempre, porque nova é a lente que usa pra ver o
mundo!
Sim, vamos celebrar essa liberdade! =)
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