quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Encontro Inesperado


Passos distraídos fazem o mesmo caminho de sempre, automaticamente. Os pensamentos, de tão longe do corpo, parecem ter se transportado para outro lugar. E de repente, a surpresa.  Uma voz estranha entra naqueles ouvidos fechados, que se abrem em um rompante de medo e curiosidade. Materialidade. Olhos vivos sorriem para ela, olhos que apenas estão em sintonia com os lábios. E dos lábios sai a voz que ela tanto queria escutar. Depois do susto, a calmaria. Todo o desassossego vai embora e a deixa ali, ao lado dele. Ela que tanto queria estar ali. Ela que, apreensiva e angustiadamente, esperava por aquele encontro. Coisas do destino. Ele que sempre faz arranjos melhores que os nossos, que sabe tanto do tempo. O tempo, que sabe mais do destino que nós. Nós que não sabemos quase nada, nem sobre o tempo, nem sobre o destino...

Para você que me proporcionou um "doce novembro".
Essas palavras expressam meu eterno carinho...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Renovação


Chegou dezembro. Nunca fui de fazer muitas reflexões nessa época. Mas esse foi um ano que merece um momento exclusivo dos meus pensamentos. Acho que posso dizer que me renovei, me refiz. Refiz comportamentos, refiz vontades, refiz sonhos, refiz hábitos, refiz sentimentos. Me reinventei. Me redescobri. Me reencontrei. Passei anos esquecendo de mim para satisfazer outro, qualquer outro, talvez você, nunca a mim. Passei anos me apoiando em algo que agora descubro ser de fumaça. Ao me dar conta disso me vi de pernas bambas, como uma criança que ensaia os primeiros passos. Caí. Muito. Doeu. Me machuquei muito também. Mas não demais. Apenas o suficiente para conhecer meu poder de reconstrução. Sim, me reconstruí. Mas agora em bases sólidas. Em mim mesma. Em minha fé, meu poder de escolha, meu poder de decisão. Hoje me vejo como uma certeza, não mais como uma possibilidade. As pernas agora estão mais firmes. O choro já não vem pelos mesmos motivos. Ou até vem, mas sem a mesma intensidade. A criança cresceu e deu lugar a uma moça ainda frágil, ainda sedenta de carinho e afeto, mas não mais dependente disso. Uma moça que sonha cada vez mais alto, mas não depende de ajuda para realizar. Uma moça que se arrisca um pouco menos, porque reflete e sabe que nem todos os riscos valem a pena correr. Essa moça ainda tem medos grandes, ainda chora de raiva, ainda é sensível demais, ainda se apega e sofre. Mas talvez um pouco menos, ou com mais de maturidade. Os desesperos constantes são apenas uma lembrança. Ou talvez nem isso. Agora essa moça sabe que tempo não diz muita coisa. Ela aprendeu a encarar suas angústias que ainda vem, e a superá-las em seu tempo, porque não há mais quem diga que são bobagens. Ela sabe que haverá muitos testes para sua nova versão. Ela sabe que vai fraquejar muito. Ela sabe que muitas dores estão por vir, porque a vida é assim. Mas ela não se desespera mais, não se deixa ser tomada pelo desespero dilacerante. Se aquieta e chora, até que o alívio chegue. Ela é feliz assim. Eu sou feliz com essa nova moça que mora em mim. E o tempo, que mostra quem fica e quem vai, mostra também quem chegará. E agora sou uma pessoa um pouco melhor, que merece mais. Uma companhia melhor. Pode vir, estou te esperando. “Venha quando puder”.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Fragmentos do viver


Tanto pra dizer, tanto pra doar, tanto pra sentir, tanto pra viver...
São esses meus sentimentos e pensamentos. Tanto que quero, que chega a doer ou a me “embobecer”.
E sem coragem de sair, a vontade cresce e ganha volume em um pequeno espaço. Se agiganta e toma conta.
Invade-me e me faz, finalmente, tomar atitudes para viver o meu tanto querer.

Viver. É esse o verbo.
Vontade é um dos combustíveis do viver.
De viver e sentir vontade eu vou é buscar minha satisfação.
Não por puro e mero prazer.
Mas para me sentir completo e a outros igualmente poder preencher.
É o alívio de uma saudade que a gente nem sabia que sentia;
É o medo que devagar se torna pequeno demais para ser sentido;
É a vontade que se avoluma no peito
É a ausência de certezas que angustia

Vou caminhando e aprendendo.
Nem sempre em terreno sólido, nem sempre em lugares bonitos.
Mas sim em caminhos necessários para compor o cenário da minha vida, do meu ser.
Nem tudo é certeza, porque o caminho é construído a cada passo.
Em alguns momentos a sós. Em outros, em boas companhias.
Clarice tinha toda razão. O destino sempre faz arranjos melhores que os nossos. Nós não sabemos quase nada. Apenas supomos vagamente.

Suponho:
“Ter atitude nem sempre é sinônimo de agir”.
Nesses terrenos por onde ando, está aí o agir. E, com certeza, ele está inserido num âmbito maior do que os das minhas suposições.
Regendo minhas atitudes, o meu viver.

Suponho:
“O tempo que sabe mais do destino que nós.”
Nós que não sabemos quase nada, nem sobre o tempo, nem sobre o destino...
E deixo-me assim temperar, porque de suposições e viver. Prefiro continuar a me impressionar com o que a vida tem a me oferecer.
Ronni e Mari


Composição a duas mãos. Ou dois corações... Uma experiência nova.  Rica. Frutífera. 
Espero que seja apenas a primeira de muitas!
Feliz com o resultado...
Obrigada, meu doce amigo.